Escolher um lar de idosos é uma tarefa importante. Afinal, optar por uma clínica que ofereça boa assistência é fundamental para a saúde e bem-estar de uma pessoa especial para todos e que, agora, precisa de um cuidado profissional por mais tempo.
Além de visitar instituições, é necessário estar atento a algumas pegadinhas. Infelizmente, para fechar contratos, algumas empresas não são tão claras com o cliente. Como dica geral para qualquer veredito sobre a clínica, aconselhamos que você converse com profissionais de saúde.
É como quando procuramos por um carro, antes de comprar, perguntamos para amigos que entendem mais de automóveis e até recorremos a mecânicos para atestar as afirmações do vendedor. No caso de clínica de idosos, você deve perguntar a profissionais de saúde e quem já teve, ou tem, familiares nas instituições avaliadas.
Temos outras orientações essenciais para fazer uma boa escolha e não deixar se enganar. Fique com a gente e descubra as pegadinhas e como não cair nelas!
1. Não têm serviços que dizem oferecer
Para convencer o familiar a fechar com a instituição, algumas clínicas fazem parecer que há certos serviços inexistentes no local. Um exemplo muito recorrente é o serviço de enfermagem 24 horas.
“Muitas vezes, o técnico em enfermagem não fica na instituição o todo tempo. É comum haver cuidadores e até estagiários da área da saúde em vez do profissional da área. Isso pode levar a pessoa que está procurando um lar de idosos a cair nessa pegadinha”, afirma Gabriel Oliveira, gestor da Novo Lar.
Também é preciso entender se a quantidade de técnicos ou enfermeiros é suficiente para todos os moradores da casa. Uma pessoa apenas não consegue lidar com duas intercorrências simultâneas na instituição, o que pode acontecer.
Importante checar como é a presença de médicos, de preferência, geriatras, os especialistas na saúde dos idosos. Psiquiatras podem atuar em casos específicos, mas os geriatras são essenciais. Não é preciso que estejam o tempo inteiro na instituição, mas que sejam profissionais disponíveis para a clínica, com visitas frequentes.
Fonoaudiólogos, fisioterapeutas, os próprios psiquiatras podem ser contratados de acordo com a demanda. Isso permite ajuste de valor da mensalidade de acordo com o que o idoso realmente precisa.
Como verificar se o serviço existe
Gabriel aconselha perguntar a quantidade de profissionais, com qual frequência ficam na instituição e como funciona o atendimento deles. Se o gestor estiver maquiando os serviços, é muito provável que deixe pistas durante as respostas.
Questione, também, se as pessoas são formadas ou parte delas são estagiárias. “Desconfie do jaleco branco, ele não é prova de que é um médico, técnico ou enfermeiro”, ressalta Gabriel.
2. Visitas apenas com horário marcado
Uma das regras que levantam suspeitas em instituições de longa permanência para idosos é a restrição do horário de visitas. Afinal, é possível deixar tudo preparado para o familiar não desconfiar que há alguma irregularidade.
Boa parte dos idosos não conseguem falar sobre como é o local, já que uma parcela não é lúcida. Assim, é o familiar quem vai atestar as condições, quando vai pessoalmente à instituição. Chegar a qualquer momento não deixa brechas para a instituição esconder irregularidades, mostra que o local preza pela transparência.
3. Refeições
Outro ponto muito importante nas clínicas geriátricas é a alimentação. É preciso checar como são as refeições e quantas vezes são servidas. Além de perguntar, visitar a instituição no horário do almoço, por exemplo, ajuda a entender como a empresa trata essa questão fundamental para saúde e bem-estar dos idosos.
4. Gastos extras camuflados
Também há letras miúdas nos contratos dos lares de idosos. É preciso colocar uma lupa no contrato para entender quais despesas estão incluídas na proposta.
Rematrícula
Uma prática recorrente é a cobrança de rematrícula anual. Não existe legislação que regulamente essa taxa nem que proíba, porém, o ideal é que você opte por uma clínica sem cobrança de rematrícula.
Assim, a manutenção do idoso na casa torna-se mais viável. O valor pode ser utilizado para outros gastos, como compra de medicamentos, contratação de fonoaudiólogo e outros profissionais.
Décimo terceiro salário
É correto pagar 13º salário para clínica de idoso no valor de uma mensalidade? Não, em nossa avaliação a cobrança é desnecessária. O lar pode alegar que está no contrato e é possível estar mesmo, por isso é preciso que você verifique. Esse valor pode ser usado para outros custos e há muitas clínicas boas que não pedem o décimo terceiro, por isso analise essas opções.
Outros gastos extras
Gastos extras podem acontecer, mas é preciso ter clareza de quais são e se é justo antes assinar com a instituição. Caso contrário, podem tornar o custeio da assistência especializada ao idoso inviável para a família.
Verifique tudo para que não comprometa o orçamento. Como falamos antes, existem bons lugares para o idoso que não oneram os familiares.
5. Fornecimento de remédios e contratação de profissionais apenas na clínica
Algumas instituições alegam que a medicação só pode ser obtida na clínica. Essa exigência não permite que os responsáveis pelos internos analisem diferentes preços nas drogarias. Também dificulta saber se o medicamento é bem administrado.
A contratação externa de profissionais como fisioterapeutas e fonoaudiólogos também precisa ser verificada. Muitas vezes, o idoso chega ao lar já em tratamento com esse tipo de profissional, construiu um vínculo com ele e confia.
Mesmo que seja necessária uma contratação posterior, vetar a contratação limita as opções da família e pode torná-los reféns dos valores da clínica. Assim, não é uma situação ideal.
6. Regras na finalização do contrato
É um direito do familiar mudar de instituição por qualquer motivo. Mas algumas clínicas de idosos aplicam multas rescisórias altas para dificultar a saída. Essa e outras regras podem comprometer o cuidado com o idoso e até a viabilidade de tratamentos, se o motivo de deixar o local é financeiro.
É outro ponto a se verificar antes de fechar contrato.
7. Procedimentos no caso de falecimento do idoso no lar
A perda do idoso é um momento delicado para a família. Infelizmente, algumas clínicas complicam ainda mais esse dia. O ideal é que o lar de idosos tenha um médico para os procedimentos iniciais, atestar a morte, e encaminhamento à funerária. Em algumas empresas, até os trâmites iniciais são responsabilidade da família. Há, ainda, instituições que cobram pelo atestado de óbito.
Verifique qual é o passo a passo para passar por esse momento com um pouco mais de tranquilidade.